sábado, 27 de outubro de 2012

A culpa é nossa, não deles... a solução também



Há algum tempo vinha pensando em escrever algo sobre isso, mas minha inspiração veio em uma matéria publicada por uma revista randômica e bem tendenciosa (revista tendenciosa é pleonasmo, desculpe), sendo que essa matéria "foi ao ar" justamente em época de eleição. Tudo isso foi se acumulando na cabeça (matérias da mídia, propagandas políticas, convenções sociais) de modo que, se alguém parar bem para pensar em tudo isso, verá que nada faz sentido.

Muito se discute a respeito da qualidade do serviço público em todo o país em todos os setores (transporte, educação, saúde, segurança...enfim) e discussões de propostas que possam salvar o país desse caos do serviço público. Citarei alguns exemplos bem genéricos: poucos hospitais/leitos/quartos/médicos para muitos pacientes, poucos trens/metrôs/ônibus/rotas para muitos passageiros, poucos professores/salas/escolas para muitos alunos, pouca segurança para muita gente. Mas será que a "ordem natural" seria mesmo "pouco serviço" para "muitas pessoas", ou o contrário?

Sabemos que a população está em constante crescimento, mas parece que o pessoal está levando isso a sério. Justamente esse crescimento exacerbado e desnecessário ocasiona uma superlotação na requisição de serviços públicos (e até privados, em alguns casos), de forma que torna-se inevitável a queda na qualidade de prestação desses serviços. Qual a dinâmica (atitude) social perante isso? Reclamar do governo, alegando que este não investe nos serviços, ainda que a população sofra uma semi-extorsão por meio de impostos, mas a questão NÃO é essa. Nunca foi... e longe de mim defender qualquer político, denovo, a questão não é essa. A questão é a seguinte: mesmo que esses políticos dessem o máximo de si em prol da melhoria na qualidade desses serviços, e todos os profissionais de serviço público também o fizessem, não dariam conta da demanda de trabalho que esse crescimento populacional exacerbado provocou. Ou seja, não adianta investir o máximo que seja, a população sempre continuará crescendo, e não só crescendo, mas de forma descomunal, irrefreável. Não há como parar uma bola de neve dessa magnitude. 
A frase de efeito é: "tem muita gente nesse mundo!"

Tá, até aí tudo bem, não especifiquei nada, mas agora vou citar um dos pontos dessa história: creches. "Porque eu tenho que trabalhar e não posso levar meu filho, mas não consigo inscrevê-lo em nenhuma creche".

Então vem o santinho candidato na tv falando: "Vou construir 12534175 creches até 2016, permitindo mais 637634523459 "neonatos prematuros" (a intenção NÃO é ofender as crianças, tenho dito) poderem ter um espaço de convívio social".

Primeira crítica: usei o termo "neonatos prematuros" porque, hoje em dia, a criança mal recebe contato familiar e já é jogada para uma escola, porque os pais têm que trabalhar para sustentar a família, inclusive o filho, que podiam ter evitado.

Segunda crítica: crianças tão jovens (quando eu digo jovens significa que ainda nem aprenderam a falar) não têm necessidade de entrar num sistema de educação infantil para conviver socialmente.

Na matéria que li, dizia que, na creche, eles (os alunos um pouco maiores) não só aprendem a ler e escrever, como também aprendem a educação de valores e tudo mais daquilo que eles deviam aprender com a FAMÍLIA (sim, usei caps). A matéria também dizia que a creche é a base moral e pilar do desenvolvimento das crianças de hoje em dia. ERRADO. ERRADÍSSIMO (usei denovo, intencionalmente). A base sempre foi, é e será a família. Só a família é responsável por educar os filhos. Outra informação curiosa é a que dizia que crianças que não frequentam creches ou pré-escolas podem desenvolver dificuldades de socialização e de aprendizado. Sou prova viva do contrário do que diz essa matéria, não frequentei creches e o conhecimento com o qual entrei na escola era maior que aquele requisitado ou desenvolvido naquele período letivo (ou seja, entrei já lendo e escrevendo). Mas não, não sou uma exceção, conheço muita gente que também esteve na mesma situação que eu.

Mas então como explicar o que aconteceu comigo? Surpresa, foi a família. Em uma creche, a professora deve dar atenção e cuidar de, sei lá, pelo menos umas 15~20 crianças. Pode não parecer, mas esse é um número bastante grande de alunos/filhos. É basicamente como se uma única pessoa tivesse 20 filhos, tendo que cuidar, educar, entreter, e por aí vai. Já fora da creche, a criança pode deve receber atenção da família, assim como todos os outros cuidados (deveres) que a mãe deve cumprir como mãe, que são executados atualmente única e exclusivamente pela professora da creche. Os pais não se dão mais nem ao trabalho de trocar a roupa do filho, não fazem absolutamente nada...e querem cobrar melhorias do governo...pessoas como essas deviam ter tido algo que o governo devia fornecer: conscientização e planejamento familiar.

Esse é o principal ponto: deveria haver variadas formas de conscientizar a população sobre planejamento familiar e como isso afetaria toda a sociedade, como o crescimento exagerado da população afeta negativamente a qualidade de vida das pessoas e o que elas podem, a partir de agora, fazer para que essa situação seja revertida, de forma lenta e gradual, porque é a única forma de reverter a situação, a longo prazo. Porque não é tão simples quanto parece ("mais pessoas no mundo, mais dinheiro para os cofres públicos"), tudo tem de ser feito com o mínimo de planejamento, e isso não parte só dos políticos, mas de toda a população.

Para tentar tirar alguma coisa de tudo isso, a solução apresentada por mim para o caos do setor público que sofremos hoje é o controle populacional através do controle de natalidade, por meio de ações de conscientização populacional. Dessa forma, a situação inverter-se-ia, teríamos mais hospitais/leitos/quartos/médicos para menos pacientes, mais trens/metrôs/ônibus/rotas para menos passageiros, mais professores/salas/escolas para menos alunos, mais segurança e qualidade de vida para toda a população, além de mais oportunidades de usar uma mesóclise.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Conto de fada da Estrela Dilma: A "Bela" Negociação Adormecida

Terceiro mês de greve. Acetil-CoA se foi sob constante arrastamento do ciclo sono-vigília, exceto em casos de manifestação na Paulista, que ainda parecem não terem dado resultado algum. Depois de duas pseudo-negociações com a escória da raça humana o governo, este simplesmente opta por encerrar negociações, que mal começaram a engatinhar. (é um blog, não preciso dizer que este conteúdo representa minha opinião) Têm razão os que dizem que os maiores prejudicados são os alunos, não só por perderem todo esse tempo de estudo, mas mais ainda por estarem presos a tudo isso, sem poder procurar um emprego ou passar a ter alguma outra atividade rotineira por não saber o que nos espera amanhã (na esperança de algum milagre permitir que voltemos a estudar logo).

Talvez o que mais intrigue a todos nós é saber que agora a parte desprezível da sociedade o governo acha que vai ganhar a guerra por cansar os grevistas, de modo que eles voltem às suas atividades normais mesmo sem futuras negociações. Se a escória o governo realmente pensa que perdemos três meses à toa pra depois voltarmos a estudar/trabalhar como se nada tivesse acontecido, está ligeiramente enganado. Além disso (desse cansaço que tentam dar no movimento), parece (só parece, me falaram mas eu nem notei) que também estão usando a mídia pra demonizar todos esses grevistas e esses movimentos/manifestações dos mais diversos setores públicos do país (educação, saúde, segurança, transporte...depois o Lula me aparece na propaganda política falando que o Brasil acertou em sua escolha presidencial (de presidentE, não presidentA), mas...enfim). A mídia alterou a opinião pública de tal forma que, se vc andar pela rua e perguntar a alguém sobre a greve de professores federais, por exemplo, muitos vão dizer: "Três meses já, coitados dos alunos. Esses professores também, viu!" Sobre a parte dos alunos, até que tudo bem, mas os professores? Alguém está errando muito ao identificar os mocinhos e vilões nessa história (já que o termo estória (a da tv) não existe mais).

Como se não bastasse, resolveram criar a mais nova lei das cotas, mas isso geraria assunto para outro post (caaaalma, foco).

Enquanto isso, é só o que se pode fazer.
Pensei muito a respeito de minhas considerações finais sobre tudo isso, mas só o que posso dizer é que não, não me restam esperanças para a educação pública geral no país, sim, geral, da cheche à educação superior, por que não basta ter a maior universidade da América Latina, sem ter educação de base que, como o nome já diz, possa sustentá-la.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Aniversário. Festa?

Muito tempo atrás, alguns povos, tradicionalmente, faziam bolos de mel em homenagem a uma certa deusa. Após algum tempo, os bolos eram então oferecidos às pessoas mais importantes de determinadas sociedades. Depois de mais um passo na história, os bolos passaram a ser feitos para qualquer pessoa, anualmente, como uma nova (ou transformação de uma antiga) tradição.
Hoje em dia, todos os anos, as pessoas fazem algumas solenidades (ou festividades (ou simples parabenizações)) umas às outras quando estas completam mais um ano de vida. Mas por quê?

Quando se faz essa pergunta a quase qualquer pessoa, ela responde "é pq completou mais um ano de vida" ou ainda "é pq fez X anos". Mas será que isso, de alguma forma, traz algum mérito para quem está "fazendo aniversário"?

Dois fatos permeiam essa situação: por um lado, a pessoa já viveu X anos; por outro, ela está X anos mais próxima do "Fim de todos os milagres". Sob esses dois ângulos, ao meu ver, o que reflete maior significado (ou significado mais marcante) é o segundo, já que é o [tempo] que ainda se resta viver...vive...viveu (isso foi só pra mostrar a efemeridade da vida...enfim).

Partindo desse pricípio, consideraríamos o aniversário como um evento tradicional comemorativo que simboliza um ano a menos de vida que ainda resta ser vivido, que "parece" ser semanticamente mais importante que "um ano a mais de vida que já foi vivido", sendo que não faz sentido este argumento dar liberdade à pessoa ser parabenizada ou até mesmo receber presentes. Parece até que foi Darwin que inventou essas festividades: "Você resistiu por mais um ano e não foi eliminado pela seleção natural. Uau, parabéns, merece um PlayStation 3".

[...]
Voltando ao pensamento do significado mais importante (o de que aniversário seria a data que simboliza um ano a menos de vida que resta). Para poder interpretar isso de forma positiva ou negativa, precisamos primeiro analisar nossa posição a respeito da própria vida: a vida é boa? Se sim, deveríamos ficar tristes por termos "perdido" mais um ano de vida. Sendo assim, comemorariam os que se sentem infelizes com a vida (e um grupinho especial guardado para daqui a pouco).

Há ainda pessoas que, após uma determinada idade, podem reclamar de pseudo-velhice, ficarem tristes, depressivas, entrarem em crise de 30, 40, 50, 60 (aqui não é exercício de numeral, mas enfim...). As pessoas pensam que não aproveitaram o suficiente, ou queriam que o tempo nunca tivesse passado. Essas pessoas se encaixam nas descritas como as que devem ficar tristes em aniversários (talvez não no momento, mas alguns dias depois, assim que cair a ficha de que "entrou na casa dos X anos"). As que ficam felizes, ao meu ver, podem ser estar de dois tipos: as que realmente não gostam de viver (estas precisam mesmo de ajuda, ou sei lá, talvez até, lá no fundo, de alguma forma, tenham um pouco de razão, mas enfim...) ou as que aproveitam cada segundo da vida como se fosse o único, aquela que não se arrepende de nada que tenha feito durante a vida e que diz ter aproveitado ao máximo todas as fases dela (que, por exemplo, não sente falta da infância por se certificar que aproveitou essa fase, assim como todas as outras). Este é o grupinho que eu havia mencionado. Aproveitar as diferentes fases da vida (ou a vida como um todo) já é assunto para outro tópico. (Aproveitar é subjetivo, relativo)
Pessoas como a do último exemplo são meio difíceis de se encontrar, mas elas nos reservam uma grande lição: aproveitar o dia como se fosse o último lhes garantirá satisfação ao recordarem do passado e viverem (felizes) o presente, até porque o futuro...presente...passado...foi inesquecível.

"A vida é um milagre.
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor é um milagre.
Cada pássaro,
Com sua plumagem, seu vôo, seu canto,
Cada pássaro é um milagre.
O espaço, infinito,
O espaço é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.
Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
– Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres." (Obrigado, Manu Flag :D)

domingo, 29 de julho de 2012

"Watching the minute hand 
Frozen solid not moving 
Still we believe we can
But we're afraid of losing 
Watching from over here
It's hardly worth competing
I'm almost out of here 
While breaking a heart that's beating 
Just as I start giving upI'm not backing up

I climbed up on a tree

To get a new perspective
If love is worth the time 
The price is being rejected
 Just as I start falling down 
I turned this around

Hold on til I'm with you 

All I've got to give you 
All my fears are slowly fading to never know 
Yes I start running running running running!
 

Run into the light
 Get out of your own way
 Not afraid to fight
 Believe in what you say
 I'll hold on till the night
 (Believe that this is the night) 
Hanging by a thread 
I'm not scared to let go 
Thoughts inside your head 
That creep up to get you 
I believe this is right
So I'll hold on til the night"

sábado, 21 de julho de 2012

Mudança é a palavra

Um espaço em branco. Uma ideia. Depois de "feche os olhos, mas deixe a mente bem aberta" (filme muito triste, por sinal), resolvi procurar alguma forma de expressão, mas algo sem regras, sem a matemática da música, sem a pressão da rima, apenas compor, expor pensamentos, sentimentos e tudo o que for possível ser desenhado em forma de palavras. Então lembrei-me do blog que eu (aqui posso dizer "eu", liberdade que uma dissertação não me proporcionaria) tinha, mas ele não tinha o mesmo objetivo que este. Este [blog] é muito mais abrangente, acolhe o bom e o ruim, o sofrimento e a felicidade, porque ninguém pode negar que estes são os princípios ativos da vida.
Apesar disso, muitas vezes que me vem uma ideia, um pensamento ou qualquer coisa pseudo-relevante na minha cabeça, quando ligo o computador ela se esvai, não me dá tempo de aprisioná-la em uma tela de computador. Ela deve achar que é livre. Talvez não seja nada disso, talvez só seja aquela música horrível que estava tocando na televisão e por acaso me tirou a atenção. Falando em "se achar livre", volto a justificar-me por que escolhi esta forma de transmitir pensamentos. Esse "lugar" é um dos mais livres, não só da internet. Eu poderia escrever em uma folha de papel ou na parede do quarto em qualquer outro lugar, ou ainda escrever de várias formas (carta, poesia, dissertação, narração e aquelas outras coisas que se aprende na aulinha de português), também podia gravar vídeos, podia compor músicas, mas, neste momento, escrever (aqui) me faz sentir ligeiramente melhor. Não que eu vá escrever sempre coisas sem sentido como essas, ou que não vá tentar arranhar alguma coisa no violão, até porque ninguém é estático, estamos sempre mudando. Everchanging. Overchanging.